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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: http://biosdelosblogsh.blogspot.com

 

FABIÁN SAN MIGUEL

( Argentina )

 

Natural de Lomas de Zamora (Buenos Aires, 1964).
Foi premiado por seu trabalho em rádio, co-dirige as edições alternativas  Tribal-song. Publicou poemas seus em revistas nacionais se estrangeiras. Tem poemas traduzidos para o português. É um dos Coordenadores da Casa de la Poesia, em Buenos Aires.
Organizou junto com Susana Villalba e César Bisso o I Festival Internacional de Poesia da Cidade de Buenos Sires, em 1999.
Publicou Perros de la Belleza (Buenos Aires: Último Reino,m 1966).
Os textos escolhidos e publicados aqui são do livro  Sueño 800.

 

TEXTOS EN ESPAÑOL   -   TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

IARARANA – revista de arte, crítica e literatura.  Salvador, Bahia.

No.  4 – 2000.

 

Sueño 803 /

estoy despierto. Hablo con  alguien sobre las burbujas
en la sangre.  El televisor se acuesta a  mi lado, con el
volumen en mínimo, a penas los gestos.   Lo demás lo
recordaré más tarde. Busco un libro en la mesa de luz,
un   fogonazo.   Se cae uno  de  los  murciélagos  que
duermen  en el  taparrollo  de la ventana.  Sueño que
sueño con un pintor sin manos,  la sombra de su obra
es apenas un boceto que anuncia el alba.  Acaricio los
hongos don la palma de los pies, es un prado extenso.
Una mujer llora en otro cuarto. Estoy despierto, anoto
un recuerdo  que  después olvido. Cuando  más  tarde
vuelvo  al  papel  de la escritura me   parece  rasgada,
ajena. Temo volverme inútil.  

 

Sueño 814 /

estoy guarecido en un maizal que se quiebra.  Los re-
lámpagos  abren huellas  en una  habitación  vacía, el
lugar huele a c ampo abierto.   Nada hasta uno de los
rincones del  cuarto, trato de comprender lo que suce-
cede: recorro una ruta cerrada. Es la noche. No siento
más  que mis  pies  adormecidos.   Las gotas de lluvia
ocupan la totalidad de  una mirada. El cuerpo ,  entre-
lazado en sueños, aún está seco y a cobijo.  La venta-
na recobra  mis sentidos para  volverlos  opacos,   in-
transferibles.  El negativo de una fotografía  deja  en-
trever a un caballo desbocado refugiarse más allá  de
la tormenta . Abro el vidrio,  las cruces blancas se re-
flejan  desde un  costado del asfalto.  Cuando regreso
a la cama la luz  me ahoga,  el resto es lo que perma-
nece en la retina.              
a la Kon-tiki, Junín.                          

 

                      TEXTOS EM PORTUGUÊS

Tradução de ANTONIO MIRANDA

 

Sonho 803 /

estou desperto.  Falo com  alguém sobre as bolhas no
sangue.    A televisão descansa  do  meu lado,  com o
volume no mínimo, apenas os gestos.   O demais vou
recordar mais tarde. Procuro um livro na mesa de luz,
um clarão. Despenca um dos  morcegos  que dormem
na cortina da  janela. Sonho que sonho com um pintor
sem mãos, a sombra de sua obra é apenas um esboço
que anuncia a aurora.  Acaricio os fungos com a palma
dos pés, é prado imenso. Uma mulher chora em  outro quarto.  Estou desperto,   anoto  uma  lembrança  que  depois esqueço. Quando mais tarde regresso ao  papel
da escrita me  parece  rasgada, distante.  Temo voltar ao inútil. 

 

Sonho 814 /

estou protegido em um milharal que se desmonta. Os
relâmpagos  iniciam pegadas  numa  habitação  vazía,
o lugar tem cheiro de campo aberto. Nada até um dos
cantos do quarto, trato de  entender  o  que acontece: recorro uma  rota cerrada.  É a noite.   Não sinto nada
mais  que meus  pés  adormecidos. As gotas de chuva
ocupam todo o meu olhar.   O corpo,  entrelaçado  em sonhos, ainda  está seco e abrigado.  A janela recobra 
meus sentidos para  torna-los  opacos, intransferíveis.
O negativo de  uma fotografia  deixa  entrever um ca-
valo desbocado refugiar-se além da tormenta.  Abro o vidro,  as  cruzes brancas refletem  desde um suporte   lateral do asfalto.  Quando regresso à cama  a luz  me afoga,  o resto é o que permanece na retina.             

 

*

 

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Página publicada em novembro de 2021


 

 

 
 
 
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